de Duarte Amaro
A questão do calendário sobrecarregado tem sido um tema quente no futebol, numa discussão recorrente entre clubes, jogadores e treinadores.
Com o aumento de competições internacionais como a UEFA Champions League, clubes e jogadores têm levantado diversas questões relacionadas com o bem-estar físico destes.
Os clubes, nomeadamente os que competem nas maiores ligas europeias, como a Premier League, La Liga ou a Bundesliga, têm calendários extremamente apertados. Esta realidade força os treinadores a rodar constantemente os jogadores para evitar lesões, o que, por vezes, pode comprometer o rendimento das equipas nas competições mais importantes.
Este ano, já assistimos a jogadores como Koundé e Rodri a criticarem publicamente a sobrecarga de jogos, referindo o elevado risco de lesões devido à falta de tempo para a recuperação física e mental.
Chegamos ao ponto crucial: a calendarização dos jogos precisa de uma revisão urgente?
Há quem diga que sim, quem diga que não, mas a verdade é que a FIFA e a UEFA têm introduzido cada vez mais competições, o que leva a uma sobrecarga ainda maior para os clubes. A par disto, vemos as ligas domésticas a resistirem à redução dos calendários por motivos comerciais e financeiros.
Quais as soluções que existem? Uma possível solução seria a reformulação dos formatos de algumas competições. A redução do número de jogos nas fases de grupos de torneios internacionais ou uma calendarização mais eficiente, que evite a sobreposição com torneios de seleções, poderia aliviar a pressão.
Podemos também considerar a criação de um calendário unificado entre as diversas ligas, que evitasse sobreposições entre jogos de clubes e seleções, permitindo um planeamento muito mais eficiente das épocas.
Outra opção seria limitar o número de jogos que um jogador pode realizar numa época, o que, sinceramente, é uma das soluções de que mais gosto, pois, sem prejudicar o calendário, obrigaria os clubes a gerirem melhor os seus plantéis e a rodarem mais os jogadores, encontrando dinâmicas diferentes.
Outra questão que tem sido bastante discutida está relacionada com a redução do número de equipas nas ligas nacionais (o que, para mim, não faz qualquer sentido) e que não só prejudicaria clubes mais pequenos, como também seria, creio eu, a solução menos viável de todas.
A verdade é que o conflito entre clubes e organizações desportivas sobre o calendário sobrecarregado é uma questão que precisa de ser abordada urgentemente. A pressão financeira sobre os clubes, combinada com a necessidade de manter a performance desportiva e a integridade física dos jogadores, gera uma tensão constante que, se não for resolvida, pode comprometer a qualidade do futebol a longo prazo.
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