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As contas do três grandes

Na segunda parte do artigo farei uma análise às contas da FCP-Futebol, SAD. A SAD azul e branca apresentou um resultado líquido positivo na ordem dos 33 milhões de euros, o melhor resultado de sempre da sociedade, contrastando com os mais 116 milhões de prejuízo apresentados na época transata.


Primeiro vejamos as receitas operacionais que tiveram um grande crescimento de 87 para cerca 154 milhões de euros. Isto deveu-se a um aumento muito grande das receitas das provas da UEFA, fruto de o FCP ter atingido os quartos de final da Liga dos Campeões, quando na época transata nem sequer a fase de grupos tinha atingido. Faturou nesta rubrica quase 74 milhões de euros quando no ano anterior nem os 10 milhões tinha atingido. As receitas televisivas também aumentaram e ajudaram a compensar quedas de rubricas como a bilheteira (que passou a ser residual fruto de uma época com jogos à porta fechada) ou a publicidade.


As contas do FCP estão beneficiaram claramente de uma melhor prestação europeia e de um aumento mais de 30% nas receitas televisivas. Este aumento das receitas da TV justifica-se pelo facto de na época 19/20 alguns jogos se terem realizado em julho (que já entra num novo exercício visto que o “ano” das sociedades desportivas começa a 1 de julho e termina a 31 de junho).


Nos custos operacionais o valor foi-se mantendo constante. De registar, tal como nos outros dois clubes, a queda dos Fornecimentos e serviços externos, fruto de menores custos com organizações dos jogos pois estes foram à porta fechada. Os custos com pessoal também cresceram visto que os prémios pagos referentes à conquista do campeonato nacional da época 19/20 foram pagos já em 20/21.

Esta melhoria de proveitos fez com o FCP tivesse resultados positivos só na sua atividade operacional, ou seja, sem as vendas de jogadores. O FCP faturou em vendas de jogadores cerca de 75 milhões, valor que incluiu as vendas de 19/20 também porque foram efetuadas já em 20/21 (impactos da pandemia e da paragem do campeonato).


No fim, o resultado líquido deu positivo e as contas dos dragões entraram numa trajetória diferente. A situação financeira dos azuis e brancos é delicada e este resultado pode ser o início da inversão dessa tendência. Os prejuízos avultados de 19/20 prenderam-se, não só, mas também, com a pandemia que atirou o valor das vendas para a época seguinte.


O ativo da SAD do clube da Invicta registou um crescimento grande devido a aumento significativo das dívidas a receber de clientes e também a um aumento do valor do plantel. O passivo também aumentou e justifica-se pelo facto de ter existido um aumento dos empréstimos.


Este aumento deveu-se especialmente a uma forma de financiamento: o recurso a “factoring”. Por exemplo, Danilo Pereira foi emprestado com opção de compra obrigatória. A SAD recorreu a uma sociedade de factoring para ter acesso ao dinheiro no imediato. Este tipo de financiamento existe para que as empresas possam receber as dívidas de curto prazo dos seus clientes mais rapidamente. Digamos que o FCP vendeu a dívida a uma instituição financeira.

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