Ilustração de Nádia Borges
Desde o início da construção das infraestuturas necessárias para a recepção do Campeonato do Mundo de Futebol em 2022, morreram cerca de 6500 trabalhadores, na sua grande maioria migrantes de outros países asiáticos. A Amnistia Internacional já alertou sucessivamente para as condições laborais precárias dos migrantes, com turnos que excedem largamente um horário considerado normal, muitas vezes sem acesso a serviços básicos de higiene ou alimentação. Os constantes avisos para o respeito e o cumprimento dos direitos humanos neste país do Golfo Pérsico foram-se ouvindo ao longo da última década e, no mês passado, com o arranque da qualificação para o Mundial, vozes de jogadores já se ouviram em prol do fim da precariedade e da insegurança dos trabalhadores no Qatar. As seleções da Alemanha e da Noruega exibiram, nos seus jogos de apuramento, camisolas sensibilizando a opinião pública para o grave problema humanitário envolvido na preparação do evento. Paralelamente, a organização tem vindo a desvalorizar as acusações feitas, afirmando que o número de mortes não foge à "normalidade".
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