Não é fácil trabalhar em grupo. Sim, sabemos que é uma das competências fundamentais da sobrevivência humana (pelo menos académica) e que os resultados de qualquer trabalho de equipa serão sempre (ou 80% das vezes) melhores do que seriam caso o trabalho entregue tivesse sido feito apenas por uma pessoa: mais ideias, mais possibilidade de delegar tarefas, mais olhos a rever tudo, etc.
de Beatriz Viana
Agora, sejamos honestos: também são uma dor de cabeça daquelas que não passa nem com dois ‘Paracetamol 500mg’ - há discussões, horas intermináveis de reunião, esquecimentos, erros de formatação, e sempre um mártir que acaba a corrigir tudo.
Ao longo da minha experiência académica, tenho tido várias experiências de trabalhos de grupo, e (para minha grande sorte) a maior parte delas bem-sucedidas. Ainda assim, vim a recolher um conjunto de personagens-tipo, que se repetem universalmente e indiferentes de grupos etários, que nos tornam as coisas mais complicadas, mesmo que não se apercebam. E como identificar é o primeiro passo para resolver um problema, aqui vai a minha lista de colegas para fugir a sete pés logo na primeira reunião, e tornar os futuros trabalhos de grupo um relax total:
· A Vítima Desesperada – a vítima desesperada estará eternamente afundada em trabalho, dramas familiares, responsabilidades cívicas. Não sabe como gerir tudo (muito menos a si própria) e precisa da tua ajuda. Chovem mil favores, “Ai que te pago 3 cafés depois disto”, e “obrigadas” do fundo do coração.
· O Voluntário Condescendente – o voluntário condescendente não quer dar demasiada agonia ao grupo. Divide todas as tarefas e ordens de trabalhos e é o primeiro a dizer que fica com a parte mais longa ou mais difícil, porque sabe que tu estás sempre “muito ocupado”. No seu tom de voz passivo-agressivo, salienta tudo o que irá fazer para o projeto, enquanto pensas que a tua parte demorará menos de 20 minutos.
· O Alerta Amarelo – o alerta amarelo acha que o perigo é iminente e urgente. Há sempre algo a fazer, a adiantar, a propor. E se não há, arranja-se. Tem a bússola de prioridades claramente desorientada e de nenhuma maneira consegue encontrar o Norte. Negoceia tarefas com base no seu medo de não cumprir o planeado, e acaba por ficar sobrecarregado, e levar os outros consigo. Troca emails com o prof. e adora mudanças de última hora.
· A Google Calendar – esta é a colega de equipa que já tem 3 cores para cada tipo de entrega e atividade. Ao seu lado tem agenda manual, agenda virtual, bloco de notas, Post-its de 3 cores, e pelo menos 3 sublinhadores. Ninguém sabe ao certo a qualidade do seu trabalho, mas pelo menos cumpre prazos. Só se compromete com o que não faz overbooking com os To-Do’s que tem no Notion.
· O Sprinter Procrastinador – “Calma, então isto é para amanhã?” *digita apressadamente* “Não se preocupem!” Ninguém no grupo percebe o que é que este colega faz nos tempos livres, apenas que vai deixando todos em vista no grupo do WhatsApp. Sabes perfeitamente que não tem nada da sua parte pronto, mas que provavelmente vai ficar a noite toda acordado a trabalhar, e que no dia seguinte terá tudo mais ou menos em ordem.
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