No mês de chegada do tão aguardado verão, somos inundados por festivais, celebrações e eventos culturais de toda a espécie. Hoje, trago-vos os meus destaques.
de Ana Roque Antunes
Apesar de o Santo António já ter sido festejado em Lisboa, os Santos Populares continuam presentes um pouco por todo o país. A festa instala-se em nome de São João e São Pedro (nos dias 24 e 29 de junho, respetivamente). Estas festas ilustram algumas das tradições que melhor representam os portugueses, sendo, na minha opinião, o grande palco da cultura popular do nosso país.
Depois dos confinamentos consecutivos, os festivais de verão estão finalmente de volta. Entre o Rock In Rio, o Sumol Summer Fest, o EDP Cool Jazz, o Meo Marés Vivas e o Super Bock Super Rock, sinto que o cartaz que mais merece destaque é o do famoso NOS Alive, que tem vindo a surpreender de ano para ano. Do dia 6 ao dia 9 de julho, o cartaz brinda-nos com grandes nomes, sendo que o meu dia de eleição é, sem grandes dúvidas, o dia 7, que recebe Celeste, no palco principal. Os artistas escolhidos para integrar o cartaz deste dia complementam-se na perfeição e essa é, para mim, a chave para o sucesso de qualquer programação de festival.
Já o mês de agosto não seria o mesmo sem os habituais concertos jazzísticos no anfiteatro da Fundação Calouste Gulbenkian. E entre tantos outros festivais, de norte a sul, o Opera Fest merece uma referência especial, por ser um festival que pretende promover a ópera junto de todos os públicos. Há também iniciativas a decorrer ao longo de toda a estação, como o Somersby Out Jazz, em Oeiras, ou as AveNew Jazz Sessions, todas as terças-feiras até ao final de agosto, em Lisboa.
Segue-se setembro, que é, para muitos, uma continuação do verão. Contudo, com o regresso às aulas, a maioria das temporadas culturais tem início nesta altura. A Fundação Calouste Gulbenkian apresenta, todos os anos, uma programação de excelência, que vale a pena analisar com cuidado e antecedência. Este ano, por ocasião do centenário de Iannis Xenakis, a FCG será palco de concertos e exposições sobre o compositor, a quem a própria fundação encomendou obras musicais, durante o século XX. De resto, a temporada destaca Gustav Mahler, cuja música é sempre um privilégio ouvir ao vivo.
Concluindo, parece-me importante que não nos esqueçamos da grande característica desta época: a pluralidade de manifestações culturais em cada ponto geográfico. Há festivais para todos os públicos, há feiras de artesanato e festas que celebram cada canto do nosso país.
Se no dia-a-dia de trabalho, não temos tempo para ler, ver e ouvir tudo o que gostávamos, o verão é tempo de nos atualizarmos. Mas nunca esquecendo que, para onde quer que vamos, há eventos a acontecer, e é também o nosso papel estar presentes e experienciar a arte ao vivo.
Conhecer aquele autor na Feira do Livro ou ver o nosso álbum de eleição em concerto são oportunidades que não devemos deixar passar.
E que o nosso verão seja também tempo de planear os próximos meses: que exposições, que peças de teatro, que concertos?
O respeito que temos pela arte está no espaço que lhe damos na nossa vida. E, se planeamos as nossas férias, porque não programamos também a nossa agenda cultural?
Neste período de descanso, é essencial levar um livro e pôr as séries em dia, mas sem deixarmos de participar em eventos ao vivo. O que não falta são opções!
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