Como qualquer outra pessoa, a portuense esperou na fila e, ao apresentar o seu Cartão de Cidadão, foi-lhe reportado que já teria votado. Ao verificarem o nome nos dois cadernos eleitorais, estaria declarado como voto antecipado executado no dia 17, e “mostraram-me os envelopes que receberam desse dia e havia um com o meu nome completo, o meu cartão de cidadão e, aparentemente, com o meu voto”.
Notícia por Maria Madalena Freire
Hoje, 24 de Janeiro de 2021, realizam-se as eleições presidenciais. Já como 300 mil votaram no domingo passado, hoje o país move-se até às urnas para exercer o seu direito e dever. Os grandes focos da do dia serão, sem dúvida, o 2.º lugar e a abstenção.
Teme-se uma abundante abstenção por variadas causas implicadas: o medo do contágio, o confinamento geral, emigrantes que não puderam votar por correspondência e os que se encontram em Portugal, impedidos, também, de o fazer.
Esta manhã, a equipa do Crónico soube de um acontecimento que se deu no Porto, em Lordelo do Ouro e Massarelos, na Escola Básica do Bom Sucesso. Isabel Salvado, psicóloga de 52 anos, inscreveu-se para o voto antecipado, que se deu dia 17 deste mês, para “evitar aglomerações". No entanto, após se aperceber das grandes filas formadas em cada posto atribuído aos respectivos concelhos, acabou por decidir votar no dia das eleições. Não foi por falta de informação que Isabel quis assegurar o seu voto este domingo, como declara que “Na inscrição para o voto antecipado, estavam estipulado e explícito nos procedimentos que se poderia votar dia 24” e assim se sucedeu com o seu marido.
Como qualquer outra pessoa, a portuense esperou na fila e, ao apresentar o seu Cartão de Cidadão, foi-lhe reportado que já teria votado. Ao verificarem o nome nos dois cadernos eleitorais, estaria declarado como voto antecipado executado no dia 17, e “mostraram-me os envelopes que receberam desse dia e havia um com o meu nome completo, o meu cartão de cidadão e, aparentemente, com o meu voto”. Isabel ainda tentou decifrar a situação ao pedir à Presidente de mesa para abrir o envelope e verificar o voto, no entanto, os envelopes azuis teriam sido abertos nesta manhã e colocados nas urnas indicadas.
Após a comoção, o que restava fazer seria a reclamação, após “muita insistência, porque o que eu queria mesmo era votar”. Foi contactada pela Câmara do Porto, a pedido de esclarecimentos, e telefonou à Comissão Nacional de Eleições também a apresentar queixa, a qual a resposta foi que “registaram os dados e iriam contactar mais tarde”.
Isabel Salvado acrescenta que não será um caso isolado dado que “estava outra senhora na mesma mesa a quem aconteceu o mesmo”. A presidente da mesa expôs que a situação se deveria ou por querer votar duas vezes ou alguém, da mesa que seria local do voto antecipado de Isabel, teria votado em nome da própria. Aguardando respostas das instituições, reforça que “Já que não pude votar, faço o meu dever cívico de denunciar esta situação. Espero que se saiba quem estava na mesa de voto no dia 17. Ao fim ao cabo, destroem boas iniciativas e a credibilidade do espírito democrático”
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