Na semana passada, o músico Richard Bona regressou a Portugal para um concerto na Casa da Música do Porto. Qualquer tentativa de comparação do baixista, cantor e compositor camaronês a outros faz-nos chegar à conclusão de que é completamente autêntico.
de Cristina Rogeiro
Ainda assim, nomeia o baixista Jaco Pastorius como a sua maior inspiração para o seu instrumento principal, mas que nem sempre foi o instrumento de eleição.
Bona nasceu numa pequena vila dos Camarões e começou a tocar Balafom (instrumento de percussão africano), com apenas 3 anos. Aos 7, construiu a sua própria guitarra com cabos de freio de bicicleta. Foi residente num bar da sua vila ainda criança, atuando pela noite dentro, à guitarra que acompanhava a voz.
Anos mais tarde, chegou a Nova Iorque, com 420 dólares no bolso. Tendo sonhos na cidade em que estes se tornam realidade, assumiu que manter o foco era essencial para ter sucesso. Foi lá que conheceu o seu (ainda hoje) mentor Quincy Jones.
O trabalho árduo de Bona levou a que, apenas duas semanas depois da sua chegada, fosse convidado para ser diretor musical da tour europeia de Harry Belafonte. Em 2002, ganhou o seu primeiro Grammy e hoje percorre o mundo com centenas de concertos por ano.
Tem 8 álbuns gravados, entre eles, “Scenes From My Life” de baladas africanas, “Tiki”, que conta com a colaboração de John Legend no tema “Please Don’t Stop” e “Ten Shades of Blues” com Stevie Wonder, em “Good Times”.
É um artista multifacetado: vai da música afro cubana à música brasileira, passando pelo jazz e o blues. É um virtuoso do baixo e um cantor exímio com uma capacidade extraordinária de escrever canções.
Para além de ser um músico brilhante, tem uma história que move qualquer um, provando que tudo é possível, independentemente do ponto de partida. Bona explica como é possível: com Repetição que nos leva à excelência e abraçando a nossa Diferença.
É sempre uma honra ter Bona de volta a Portugal!
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