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NÃO LEIAS ISTO!

  • Maria Madalena Freire
  • 6 de jun. de 2021
  • 2 min de leitura
Ontem, estreou o programa de apenas 6 episódios de Filomena Cautela entitulado de Programa Cautelar: Normalmente, é algo que tenta preservar, conversar determinados direitos e nomeadamente em tempos de crise.

Texto de Mª Madalena Freire


Fonte: Programa Cautelar - RTP

Crise? Económica? De saúde pública? Sim, essas temos ouvido falar, até demais. E a social? Ainda ninguém referiu. Programas como este, de entretenimento mas com informação para educar, costumam chegar por volta da altura em que se sente um abanão na positividade social. Para não cansar, mas também para não desistir, decide-se informar através da comédia.

Por volta da última grande crise portuguesa fomos acompanhados pelos gato fedorento e de compilações engraçadas no telejornal da Manuela moura Guedes de alguns momentos caricatos no parlamento.

O primeiro episódio foi sobre desinformação: com grandes figuras como Paulo Pena e Sandra Felgueiras, Filomena Cautela deu palco aos incógnitos ou desconhecidos pelo público português que em muito contribuem para o jornalismo português. Sandra Felgueiras é conhecida, mas só pela Maddie Mccan ou talvez “aquilo do lítio com o Galamba”. Aqui Filomena reconhece as suas limitações e procura entreter entre informação séria dos convidados que esclarecem a crise de sustentabilidade do jornalismo, a importância do jornalismo de investigação e como somos guiados a que sites falsos sejam rentáveis.

É uma discussão mais extensa do que o texto poderá ser, daí aconselhar a visualização do programa que deu às 21h na RTP este sábado.

Retira-se algo muito simples:

Os jornais tinham receita através da publicidade nos seus meios. As redes sociais apareceram e tiraram o público aos jornais e “moveram-no” para as redes sociais, daí a publicidade percebe que a maior rentabilidade está nesse sites (facebook, Google) e retira a sua atenção dos jornais.


Os jornais, num desespero de falência e insustentabilidade, aderem à guerra do clique com notícias sensacionalistas e de clickbait (porque os cliques geram receita, a receita que tinham da publicidade).

A informação torna-se menos credível, menos fiável, certos sites aproveitam-se e criam próprio conteúdo falso e alguns até chegam a ter 10 mil euros de receita por mês com notícias falsas.


Nesta guerra dos cliques, o jornalismo de investigação, que traz benefícios extraordinários a democracia, e que denuncia acontecimentos como Luanda Leaks, caso BES, Operação Marquês, é renegado e colocado de lado pelas entidades executivas dos órgãos de comunicação social.

Qual é o nosso papel, enquanto cidadãos, perante esta realidade?

Toda a gente quer saber, mas ninguém quer conhecer.
Toda a gente quer comentar, mas ninguém quer conversar.

Se queres conversar, procura conhecer. Até lá, cautela, e vê o programa.

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